sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Plástico: a reciclagem é a solução?

Está muito em voga a consciência ecológica, e com todo o mérito.
Coleta seletiva, cooperativas de reciclagem, campanhas à granel, teses sobre sustentabilidade, conscientização, aquecimento global e até as pobres vacas não podem mais peidar e arrotar em paz.

A maior novidade nesse sentido esta na proibição do uso de sacolas plásticas nos supermercados. Tachadas de grandes vilãs do cotidiano uma sacola leva centenas de anos para degradar-se na natureza, entopem as bocas de lobo provocando alagamentos, e são produzidas a partir do petróleo.

A meu ver a hipocrisia não reside na idéia de que o plástico faz mal ao meio ambiente, isso é obvio.

Hipócrita é a idéia de que reciclar plástico é a solução do problema.

Hoje poucas pessoas se lembram de que as sacolinhas de plástico, as garrafas, embalagens e tubos PET, popularizaram-se na década de 90, menos de 20 anos atrás.

Antes das sacolinhas as compras eram embaladas em sacos de papel reciclado (Kraft) bem resistentes e com capacidade maior ainda que as sacolinhas.

Ao contrario da sacola plástica o saco de papel é 100% reciclável, 100% biodegradável, e hoje em dia a polpa de madeira usada vem de plantações privadas das fabricas com replantio constante. Com baixíssimo impacto ambiental.

As garrafas e embalagens de PET, também vieram substituir as latas e os vidros. Antes disso, todo supermercado tinha um departamento de retorno de garrafas de vidro que permitia que o consumidor devolvesse a garrafa usada e pagasse somente o valor do liquido. Como ainda acontece com as cervejas. Hoje só se faz isso em distribuidoras de bebidas.

O reuso de garrafas tem impacto ZERO, emissão de carbono ZERO, o vidro é 100% biodegradável e 100% reciclável (1 quilo de vidro rede 1 quilo de vidro reciclado), 100% higiênico. Embalagens de vidro descartáveis tem varias utilidades domesticas após serem limpas, e ainda podem ser recicladas. Metais e latas, assim como o vidro são 100% recicláveis e 100% biodegradáveis.

Já o plástico, da embalagem PET, não pode ser reutilizado in natura, e sua vida de reciclagem é limitada, sendo tranformados em fibras para roupas, carpetes entre outros produtos que FATALMENTE serão cedo ou tarde descartados para prejuízo do meio ambiente.

Quem é o verdadeiro vilão da Dengue?

Tenho observado preocupado o avanço da dengue e, mais preocupado ainda, vejo a petrificação da premissa de basear todo o foco de campanha no extermínio do mosquito Aedes Aegypt, por mais ineficazes que tenham se mostrado todas as ações nesse sentido. Não sou médico, sanitarista muito menos epidemiologista, minha formação nada tem a ver com a área biológica, porém, às vezes tenho a sensação de ver a situação por um ângulo ignorado, mas tão relevante que não poderia ser ignorado como aparentemente é.

Um exemplo é o fato reservatório vertebrado do vírus, ser exclusivamente o SER HUMANO. O Mosquito tem apenas o papel de vetor, carregando de um ser humano para outro.

Como é de conhecimento geral sabem se reproduz em locais com sombra e água parada, porem a fêmea do mosquito não os depositam diretamente na água, e sim no seco, em locais propícios ao acumulo de água(1). O raio de ação de um mosquito é de 300m em qualquer direção. Ou seja se você mora num raio de 300m de um lago, córrego, ou mesmo de um buraco embaixo de uma árvore corre o mesmo risco de quem tem um pneu ou vaso com água parada na sua casa. Na minha humilde opinião, muito mais eficaz seria se em vez de concentrarem-se no vetor os órgãos de saúde se concentrassem no reservatório da doença, ou seja: a pessoa doente.

Nesse caso identificar e isolar as pessoas doentes durante a evolução da doença do vetor (ou seja do mosquito). Observe um posto de saúde para onde são encaminhados as pessoas com suspeita de Dengue: as vezes dezenas de pessoas numa sala de espera aberta sentadas as vezes por horas.Um único mosquito que entre nessa sala tem um banquete à disposição, banquete este com o potencial de transformar aquele bichinho chato num problema de saúde pública.

Lembro-me claramente durante a chamada Gripe Suína, da campanha que orientava o doente a não sair de casa. Nesse caso o vetor transmissor era o ar.

A campanha para a dengue não deveria seguir o mesmo critério?
Manter o doente em um ambiente livre de mosquito, com distribuição de repelentes elétricos (aqueles de pastilha que se liga na tomada). Ou até de telas mosquiteiras durante a convalescença. O que parece que se a dengue fosse uma gripe a solução equivalente seria tentar acabar com o ar em volta do doente. É só a minha opinião...


1- O mosquito adulto vive, em média, de 30 a 35 dias, e o seu ovo pode resistir a até 450 dias (aprox.), em ambientes secos. Com o acúmulo da água da chuva, o ovo torna-se ativo, podendo se transformar em larva, posteriormente em pupa e atingir a fase adulta cerca de 2 ou 3 dias depois.